29 de jul. de 2008

Trilhando o caminho das Pedras

Seminário Hip Hop Fora do Eixo reflete a sede em movimentar a cena no Centro Oeste.

Qual é o caminho das pedras? Essa foi uma questão aludida diversas vezes no 1º Seminário Hip Hop Fora do Eixo, realizado neste final de semana, em Goiânia (GO). Participaram as lideranças dos coletivos: Mega Break (GO); Ceneg (GO); Vietnã of Style (GO); V Coletivo (GO); União Bate Cabeça (GO); CUFA (GO); SoulCrimis (GO); Família Gueto (GO); Coletivo Negro Aquilombando (DF); a produtora social Griô Produções (DF), a CUFA (MT), além de artistas locais.

O seminário começou no sábado, dia 26, com a apresentação do Programa Fora do Eixo de Musica Independente, suas diretrizes e linhas de ações, no qual o Hip Hop Fora do Eixo é pautado, feita pelo rapper Linha Dura, coordenador da CUFA MT. As lideranças que estavam presentes sugeriram que fosse feita a explanação imediata do que seria o Hip Hop fora do Eixo, e assim a palestra foi conduzida.

Notava-se o interesse dos presentes em dar um up-grade nas ações que já vem sendo desenvolvidas na cidade, tais como oficinas, e projetos em comunidades carentes em Goiás. Os produtores e artistas locais também ressaltaram a dificuldade de visualizar de que forma um circuito auto-sustentável do hip hop será consolidado.

Linha Dura explicou que a otimização das forças de trabalhos é a grande sacada para que o Circuito Hip Hop Fora do Eixo seja consolidado, e que a organização das ações, promovendo o intercambio e a troca de tecnologia entre os envolvidos, é a maneira de se fazer consolidar. O debate e troca com o poder público também se faz necessário e fundamental nesse processo, para dar continuidade das ações que já são desenvolvidas, mas também para fomentar outras novas.

A idéia é que cada coletivo tenha um produto e que estes possam ser circulados criando mercado e público para o Hip Hop sem visibilidade. Só em Goiânia, existem cerca de 300 grupos de rap, e pouquíssimos deles circulam.

Já no domingo, dia 27, os dozes coletivos atuantes debateram também o papel da mídia independente, como uma frente de ação do circuito. A produtora Jaqueline Fernandes (Griô Produções, DF), e Fernanda Quevedo da CUFA MT deram noções básicas de como se fazer um release para os grupos, como montar um mailing e divulgar as ações promovidas. Ressaltaram também a mídia independente como uma forma de gestão auto-sustentável de produção de conteúdo e intercâmbio entre os coletivos, bem como o diálogo com a mídia de massa.

Os debates provocaram um debate caloroso e produtivo, onde um novo paradigma da cultura hip hop pode ser visualizado por todos. A participação expressiva dos coletivos demonstra a sede que este têm em modificar o habitual, ou seja, produzir mais festivais de rap, selos, capacitar novos agentes e dar visibilidade para os sem visibilidade. Isso indica que o Hip Hop do Centro Oeste viverá uma nova fase depois desse seminário em termos de produção, circulação, difusão e consumo.

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