18 de jan. de 2011

Rebelião Cultural em Sinop

Militantes da Classe Cultural em Sinop estão se mobilizando para nesta quarta-feira, 19, às 19h, na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Sinop – CDL-, se reunir enquanto Fórum de Cultura de Sinop, para a elaboração de uma Carta expondo o repúdio da classe cultural do município, com o atual processo de Eleição do Conselho Estadual de Cultura Mato-Grossense. Tal descontentamento é legitimado com a abstenção de grande parcela da classe no cadastramento dos agentes culturais, para participação no processo de eleição do novo biênio.


"Entendemos que a implantação do Sistema Estadual de Cultura é uma das principais diretrizes qual devemos seguir, tendo em vista que existe hoje a necessidade de uma ação sistêmica com o alinhamento e a integração de programas e ações cultural promovidas por diferentes áreas da cultura, garantindo participação paritária governo/sociedade." enfatiza Anderson Maciel, Produtor Cultural em Sinop.


"Os municípios do interior tem que sair do papel de coadjuvante e assumir o protagonismo na Cultura do Estado, só assim que de fato transformaremos o Conselho do Estado de Cultura de Mato Grosso em um instrumento de controle social sobre as Políticas Públicas de Cultura que contempla todas as regiões de Mato Grosso," disse Iderlei Rosanelli, também Produtor Cultural em Sinop.


O que? Rebelião Cultural em Sinop

Quando? 19 de janeiro (quarta-feira)

Onde? CDL - Câmara dos Dirigentes Lojistas

Para mim, o que é cultura?

Anderson Maciel

Confesso que não me sinto muito a vontade para escrever sobre o assunto, isso devido ás intensivas experiências vivenciadas e ao turbilhão de idéias que passam na minha cabeça neste exato momento, me pergunto o tempo todo: onde encaixar cada detalhe? Mas vamos ao desafio.

Seguindo o meu lado filosófico me encaixo mais na concepção de que Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais. É o conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação (língua, costumes, rituais, culinária, vestuário, religião, etc.), estando em permanente processo de mudança.

Colocando isso na minha vivencia, tenho o entendimento que sempre acompanhei e também fiz cultura, afinal nascer já é um ato cultural, enquanto artista; cantei na igreja, na escola e já fui rapper, por um curto espaço de tempo, e parece que foi ontem quando eu tinha 18 anos e conheci a CUFA – Central Única das Favelas – por meio dela eu de fato consegui me sentir protagonista da minha própria historia, dispus de oportunidade de discutir, implantar e potencializar Políticas Públicas municipais, estaduais e federais e com tudo isso entendi a importância da Economia Solidária, ou seja, do trabalho e esforço coletivo.

Com tudo isso, acredito que estamos no processo permanente de evolução, garantindo a diversidade e a riqueza cultural mato-grossense em epigrafe, sempre nos aprimorando e nos valorizando, prova disso lembro que ao me ingressar na CUFA ouvia dos mais experientes: ”Temos que para o asfalto trocar experiências com o povo de lá”. Mesmo com a resistência que “culturalmente” criamos, confiei nas minhas referencias e parti para o combate, e em curto espaço de tempo, ganhamos visibilidade, ocupamos espaço com sabedoria e começamos a pautar uma nova história para os “ex-desgraçados”.

Isso pode não parecer importante para muitos, mas para os que já nascem desprovidos de uma “porrada” de alternativas na vida, massacrados por uma história que no Brasil já perdura mais de 500 anos, é simplesmente a REVOLUÇÃO. Resumindo em algumas linhas cultura para mim é nada mais e nada menos que a prática dos conceitos da ECONOMIA SOLIDÁRIA (uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano - e não do capital).