14 de jan. de 2010

Haiti uma trajédia no dia "13".



O terremoto de 7 graus na escala Richter ocorreu às 19h53 de Brasília na última terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do Haiti.
Além dos 14 soldados brasileiros mortos, a brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.


PORTO PRÍNCIPE - Em estado de choque, muitos haitianos vagavam nesta quinta-feira pelas ruas de Porto Príncipe, buscando desesperadamente água, comida e remédio. "Dinheiro não vale nada agora; água é a moeda", disse um funcionário de ajuda humanitária. O desespero da população ocorria apesar de equipes de resgate e de auxílio humanitário começarem a chegar ao país depois do terremoto de terça-feira (12). O tremor, de 7 graus na escala Ritcher, foi o pior a atingir o país em 200 anos.


Visivelmente comovido com a tragédia, o presidente dos Estados Unidos,Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira uma ajuda inicial de US$ 100 milhões para o Haiti e ordenou que seu governo coloque no topo da agenda a ajuda a esse país. Também nesta quinta-feira, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, anunciou que a instituição oferecerá US$ 100 milhões "de forma imediata" ao Haiti para se recuperar do terremoto da terça-feira.
O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira seu plano de emergência, afirmando que ele tem o objetivo de lidar com os cinco problemas mais graves detectados no Haiti: o enterro dos mortos, o socorro médico aos feridos, a remoção dos escombros, o reforço da segurança nas operações e a distribuição de alimentos e água.


Sem um número definido de mortos e desaparecidos, as equipes de resgate enfrentam dificuldades para a organização e a locomoção pelas cidades haitianas por causa do estado das ruas e estradas após o terremoto.
Ainda não havia sinais de operações de resgate organizadas para as vítimas sob os escombros, e os médicos no Haiti, o país mais pobre do Ocidente, estavam mal equipados para tratar os feridos. Muitos haitianos tentavam remover com as próprias mãos pedaços de concreto, buscando libertar os que foram enterrados vivos.A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quinta-feira a morte de pelo menos 36 funcionários após o desabamento da sede da entidade no Haiti e de outros prédios.
Entre os mortos estão quatro policiais da ONU, 13 funcionários civis e 19 militares, disse o alto representante da ONU David Wimhurst. O Exército brasileiro informou que 14 soldados do Brasil estão entre os mortos. A organização tem 200 desaparecidos sob os escombros.
A Cruz Vermelha haitiana estimou o número de mortos entre 45 mil e 50 mil e em 3 milhões os afetados pelo tremor. Há dezenas ou centenas de milhares de pessoas que perderam suas casas. Por causa do grau de destruição, autoridades haitianas chegaram até a afirmar na quarta-feira que o número de mortos poderia chegar a 100 mil.
População em choque
Na noite de quarta-feira, os sobreviventes dormiram nas ruas com medo de voltar para suas casas precárias. Era possível ver mulheres cantando canções religiosas tradicionais no escuro, enquanto oravam para os mortos."Elas cantam porque querem que Deus faça alguma coisa. Elas querem que Deus as ajude. Todos queremos", disse Dermene Duma, funcionária do Hotel Villa Creole, que perdeu quatro parentes.Saqueadores invadiram um supermercado danificado pelo tremor em um bairro de Porto Príncipe, levando eletrônicos e sacos de arroz. Outros tiraram gasolina de um caminhão-tanque quebrado."Todos os policiais estão ocupados resgatando e enterrando suas próprias famílias", disse Manuel Deheusch, o dono de uma fábrica de telhas. "Eles não têm tempo de patrulhar as ruas."
A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em francês), dirigida militarmente pelo Brasil, voltou suas atenções para resgatar as vítimas do tremor e garantir a ordem pública nas ruas do país.
"Soldados e policiais da ONU estão em patrulha noite e dia desde que ocorreu o terremoto, para assim manter a ordem e ajudar nas operações de resgate", disse o porta-voz interino da Minustah, Vincenzo Pugliese, em comunicado divulgado na sede da ONU em Nova York.
A Minustah foi criada em 2004 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para restaurar a ordem depois da violenta queda e saída do país do ex-presidente Jean Bertrand Aristide. Atualmente, conta com mais de sete mil militares e dois mil policiais, além de quase 1.800 funcionários civis de diferentes países.


Por site noticias.com.

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