11 de dez. de 2007

RODA DE CONVERSAS - MARIA MARIA E NEGA GIZZA


Após sair do período de recuperação pós-gravidez e da produção do Hutúz,Nega Gizza vai tomando fôlego e se preparando para dar novos rumos ao seu trabalho em 2008.



A maior referência feminina da CUFA, vem a Mato Grosso no dia 18/12 para o lançamento do livro Falcão - Mulheres e o Tráfico, evento realizado pela Cufa MT.



Nós do Núcleo de Projetos Maria Maria nos antecipamos e conversamos com a Gizza.
Na entrevista, ela fala da relação positiva das mulheres e a Cufa, sobre o Maria Maria e aponta, ou melhor não aponta estratégias da promoção da igualde de gênero. Afirma que nós mulheres devemos nos incentivar, e criar as nossas opotunidades. Gizza ressalta ainda a importância do papel feminino na política e sobre a Lei Maria da Penha.



Confira a entrevista realizada hoje (07/12).



Maria Maria - Cufa e as mulheres: onde estão os pontos de encontro?


Gizza - Desde o inicio da Cufa, trabalhamos com mulheres atuando em diversas áreas. São mulheres desenvolvendo e articulando projetos, trabalhando na produção junto com os homens, e hoje, liderando várias bases da Cufa por todo o Brasil. Não apenas falamos da importância das mulheres dentro de todo o processo, mas de fato o praticamos. Temos uma tendência de aumentar o numero de mulheres se organizando, com novas responsabilidades dentro da Cufa.


Maria Maria - Gizza, o que é o Maria Maria pra você?


Gizza - Esse núcleo de projetos é o que na verdade a gente faz no nosso cotidiano, mas que vai além. È um programa liderado por e que beneficia as mulheres das comunidades carentes, seja ela mulher criança, adolescente ou adulta. Não fica apenas no âmbito da lei Maria da Penha, trabalha diversas questões relacionadas ao universo feminino, como saúde, lazer, profissional, educação, afinal a questão das mulheres não gira em torno, apenas da violência. De fato, queremos trabalhar no enfrentamento da violência, fazer valer a lei, mas o Maria Maria é mais do que estamos visualizando, é apenas o inicio de toda uma caminhada. Mais importante do que sugerir soluções é apontar o caminho.È protagonismo.



Maria Maria - Por falar em Maria da Penha, assunto que esta na boca do povo, você acha que de fato, políticas públicas como essas contemplam as mulheres da favela? Qual seria a solução para essas mulheres?


Gizza - Existem leis dentro da favela que funcionam e outras que não. A Lei Maria da Penha, apesar de ter mais de um ano, é ainda nova. Ainda não dá pra dizer se ela funciona ou não. Mas é uma lei, e é também papel nosso, fazer com que ela seja efetivada. Existem coisas absurdas acontecendo nas favelas, e por isso deveriam ser criadas leis com o olhar específico voltado para a favela, para as pessoas das favelas. È uma outra realidade que talvez as pessoas não se atentem para isso.



Maria Maria - Hoje a Ministra Ellen Greice do Supremo Tribunal de Justiça é a maior referência feminina da política do país. Mas as mulheres na política ainda são poucas. Como você analisa esse fato? Como a Cufa pode contribuir para esse protagonismo feminino no universo da política?


Gizza - Como? De várias formas. O grande lance é incluir as mulheres em áreas fundamentais, criar oportunidades, nós mulheres devemos criar essas oportunidades.Incentivar umas as outras, mostrar o que estamos fazendo, de forma estamos nos organizando. Eu me sinto cada vez mais entusiasmada quando vejo uma mulher fazendo algo de bom, de produtivo. Da mais força para continuar. Devemos nos envolver, só que não sei qual é formato disso tudo. Vamos construir juntas as estratégias. A mulher que é líder comunitária, por exemplo, já esta exercendo a política. A mulher que é sindica do prédio também, mas vamos ampliar isso, tornado-as uma deputada, uma administradora de um grande negócio e por ai vai. È exercer a prática do poder. Nós na Cufa estamos tentando, do nosso jeito, fazer mudanças, valorizar as diferenças.Valorizar a importância de cada mulher na sociedade.



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